Livro, Um Objeto de Múltiplas Artes e Assuntos
A gravura de Maria Bonomi contaminou
toda a nossa revista. Tal como a
tinta que se impregna nos sulcos da madeira e no papel, sua arte atravessa as
páginas e nos guia pelos desvãos de suas bibliotecas. É preciso ler as
bibliotecas que Maria Bonomi criou para nós e se deixar conduzir pelas páginas
impressas de livro n.6 com a
mente, o coração e os poros abertos a essa experiência sensorial vibrante. Pois
tanto quanto a gravura, de contaminação se trata a tipografia. Do metal pesado
que se instala nas vísceras ao estalido seco que fere a superfície, tudo é
contaminação no gesto da escria.
Logo no início, Conversas de Livraria apresenta um Donaldo Schüler “molhado da raiz do cabelo até às unhas dos pés”. O mestre-tradutor de Homero a James Joyce narra a experiência vivida com o neto, numa tarde molhada de primavera, na Feira do Livro de Porto Alegre. Entre livros-aquáticos, carros, trens e homens de turbante, o autor mergulha, enfim, em sua própria viagem literária, contaminado por essa “droga” da escrita (phármakon), como ele mesmo lembra, que para os antigos “reduz o território da produção oral”.
Em Leituras, Yann Sordet busca nas antigas bibliotecas as listas, os catálogos e as bibliografias que testemunham a ordem dos livros no fio dos tempos. Jacques Hellemans contribui para nosso conhecimento sobre a imprensa nos Países Baixos espanhóis. De modo particular, o autor se volta para as publicações efêmeras e para o papel das gazetas no desenvolvimento da economia do impresso, nos séculos xvi e xvii. Jean Pierre Chauvin rende homenagem a duas grandes figuras, cujas trajetórias estão fatalmente ligadas aos livros: Ricardo Palma, historiador peruano que contribuiu para a reconstrução da Biblioteca Nacional do Chile e Claudio Giordano, colecionador, editor, escritor e membro do conselho de livro. José de Paula Ramos Jr. explica, com o exemplo concreto e bem-sucedido da Coleção Reserva Literária, o que é a ecdótica. Maria Viana traz a luz as artimanhas editoriais de Aluísio Azevedo, o autor que buscava viver de sua própria pena ...
Logo no início, Conversas de Livraria apresenta um Donaldo Schüler “molhado da raiz do cabelo até às unhas dos pés”. O mestre-tradutor de Homero a James Joyce narra a experiência vivida com o neto, numa tarde molhada de primavera, na Feira do Livro de Porto Alegre. Entre livros-aquáticos, carros, trens e homens de turbante, o autor mergulha, enfim, em sua própria viagem literária, contaminado por essa “droga” da escrita (phármakon), como ele mesmo lembra, que para os antigos “reduz o território da produção oral”.
Em Leituras, Yann Sordet busca nas antigas bibliotecas as listas, os catálogos e as bibliografias que testemunham a ordem dos livros no fio dos tempos. Jacques Hellemans contribui para nosso conhecimento sobre a imprensa nos Países Baixos espanhóis. De modo particular, o autor se volta para as publicações efêmeras e para o papel das gazetas no desenvolvimento da economia do impresso, nos séculos xvi e xvii. Jean Pierre Chauvin rende homenagem a duas grandes figuras, cujas trajetórias estão fatalmente ligadas aos livros: Ricardo Palma, historiador peruano que contribuiu para a reconstrução da Biblioteca Nacional do Chile e Claudio Giordano, colecionador, editor, escritor e membro do conselho de livro. José de Paula Ramos Jr. explica, com o exemplo concreto e bem-sucedido da Coleção Reserva Literária, o que é a ecdótica. Maria Viana traz a luz as artimanhas editoriais de Aluísio Azevedo, o autor que buscava viver de sua própria pena ...
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