Do Dicionário de Citações

Dupla delícia.
O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.
Mário Quintana

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Sobre A Marca do Editor, de Roberto Calasso

https://ayine.com.br/catalogo/
a-marca-do-editor/

Para Roberto Calasso, o ofício do editor está muito próximo ao de um barqueiro e de um jardineiro.
Tanto o barqueiro quanto o jardineiro aludem a algo que preexiste: um jardim ou um viajante a ser transportado. Todo escritor possui em si mesmo um jardim a ser cultivado e um viajante a ser transportado (p. 134). 
A imagem, o autor a rouba de Dimitrijevic, editor de origem eslava que emigrou para Lausanne e com quem compartilhou boas conversas nas feiras de Frankfurt.
Esta é apenas uma dentre as belas descrições de Roberto Calasso em A Marca do Editor. Esta edição elegante e coroada por uma escrita magnética, que acaba de ser publicada no Brasil, nos conduz a pensar que todo o livro é um exercício de écfrase, destinado a recuperar a beleza e o estilo da arte editorial.
O texto vibra sobre algumas questões essenciais que tocam não apenas o já malfadado mundo dos livros, mas, a bem dizer, toda a nossa cultura e a maneira como temos nos relacionado com as tecnologias, a informação e o conhecimento. Ao assumir a função editorial como uma forma de mediação entre o produtor (escritor) e o consumidor (leitor), Calasso levanta elementos para a elaboração de uma teoria da arte editorial, ou, no limite, da “edição como gênero literário”. Algo muito próximo do que o tipógrafo californiano reivindicara para seu ofício, inspirando-se em uma definição de Walter Benjamin. Se o estilo literário “é o poder de mover-se livremente pelo comprimento e pela largura do pensamento linguístico sem deslizar para a banalidade”, o estilo tipográfico se define pelo “poder de mover-se por todo o domínio da tipografia e de agir a cada passo de maneira graciosa e vital, sem ser banal”[1]. O ponto essencial reivindicado pelo escritor, pelo tipógrafo e pelo editor coincide, portanto, em não “deslizar para a banalidade”.

O livro único

Roberto Calasso é escritor prolífico e editor de larga experiência, internacionalmente reconhecido. A Adelphi, editora que lançou luz sobre novas correntes do pensamento na Itália dos feéricos anos 60, constitui o testemunho mais eloquente de uma experiência em nada banal. Um liberal convicto e ousado. Talvez, prepotente em algumas assertivas. Porém, detentor de uma generosidade rara ao apresentar seus companheiros de jornada. Adentrou no templo sagrado da Laterza, Einaudi, Mondadori e do aristocrata de extrema esquerda Feltrinelli, com pequenas doses de provocação oriundas da pátria de Radetzky, misturadas a outros títulos totalmente originaisnas livrarias italianas. Vale lembrar, a sede da Adelphi é em Milão, palco de lutas sangrentas contra o exército austríaco, na Primavera dos Povos 1848.
Na Adelphi elaborou – sempre dentro da perspectiva de uma teoria da edição – o conceito do livro único, para o qual não existe apenas uma chave interpretativa, mas alguns caminhos de definição vivenciados na prática: 
a edição crítica de Nietzsche, que era suficiente para nortear todo o resto; e uma coleção de clássico estruturada em critérios bastante ambiciosos: fazer bem o que antes se fizera com negligência (p. 11). 
Assim a concepção de livro único ganha peso e cor na escolha do papel, na ilustração da capa, na tipografia, enfim, através de procedimentos técnicos e da expertisede uma arte que consiste em compor um catálogo editorial capaz de aproximar o repertório de Joseph Roth ao de Fernando Pessoa. Nesse ponto, impossível não pensar na aventura do saudoso J. Guinsburg, que fez da editora Perspectiva uma biblioteca universal[2]. Cada título estampado naqueles volumes oblongos, envoltos em capas brancas, encimadas por tarjas coloridas, que aos poucos iam conformando a sua própria árvore do conhecimento, compunham um livro único, de um editor essencial. E os exemplos não param por aí...

O livro essencial

No que toca à cultura emergente da informação acima de tudo e a qualquer custo, Calasso é inflexível e em suas palavras transborda o fino fel da ironia. A promessa de uma biblioteca digital de acesso amplo e irrestrito, soa-lhe tão ameaçadora quanto a substituição dos livros impressos pore-readers. 
A questão é que a digitalização universal implica uma hostilidade contra um modo de conhecimento – e apenas em segundo momento para o objeto que o encarna: o livro (p. 43).
Os elementos que corroboram sua análise podem ser tirados de experiências hodiernas, vivenciadas nas universidades brasileiras, a começar pelo processo de desqualificação dos livros capitaneado pelos gestores da Capes, com a anuência, vale frisar, da comunidade acadêmica, na última década. Quando seus êmulos mais habituados às famigeradas revistas científicas – cujo principal poder consiste em tornar obsoletas as descobertas publicadas no número da véspera – se tornaram os primeiros cavaleiros do apocalipse da cultura entediante e modorrenta dos livros, não houve surpresas. Espanto maior foi a reação dos autodenominados humanistas, no sentido de rebaixar, também eles, as publicações em livros. E como se esses fatos já não parecessem suficientemente extraordinários, surgem os apóstolos de uma nova era, em que livros se tornam objetos de luxo. Ou, no extremo oposto, quando são relegados à condição de coadjuvantes de uma cultura digital pretensamente superior e mais democrática, ou a de meros instrumentos de apoio à atividade didática, tão arcaicos quanto a velha lousa e o giz. Aliás, um quadro muito familiar à distopia de Ray Bradbury, fazendo-nos crer, como observa o autor, que “nesse caso o mundo poderia até desaparecer, pois seria supérfluo” (p. 51).
Do início ao fim as palavras de Roberto Calasso esbanjam nobreza. Movida pelo conhecimento e pela fé – esta, entendida à luz dos videntes védicos, como “uma confiança nos gestos rituais”, em um exercício mental contínuo – a figura do editor se impregna dessa aura de discernimento e de juízo que se inscreve em uma longa tradição cultural. No seu entender, desde o Humanismo impresso em papel e tinta por Aldo Manuzio. 
E se “todo verdadeiro editor compõe, sabendo ou não, um único livro formado por todos os livros que publica” (p. 136), não deixa de ser trágica a sina de um tipo bastante comum de certo editor contemporâneo. Mais preso às sagas empresariais do que ao mergulho profundo que lhe impõe o conhecimento, nada lhe restará ao recompor sua trajetória. Preso às convenções da forma e às ingerências do mercado, o pobre mercador estará fadado a buscar nas nuvens as marcas do seu passado. Pois, no fim das contas, todo editor reconhece que o que lhe resta é o essencial: o livro.


[1]Robert Brighurst, Elementos do Estilo Tipográfico, Versão 3.0, Trad. por André Stolarski, São Paulo, CosacNaify, 2005, p. 25.

[2]J. Guinsburg, Org. por Sônia Maria de Amorim; Vera Helena F. Tremel, São Paulo, Com-Arte, 1989 (Coleção Editando o Editor, 1). 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Carrión, Contra Amazon (uma segunda edição ?)

Sucesso absoluto, a primeira edição de Contra a Amazon, publicada pela editora Elefante já se esgotou. Enquanto aguardamos uma nova fornada, eis uma breve apresentação do livro desse jovem globe trotter que vem conquistando os leitores e as leituras do Brasil. 

https://elefanteeditora.com.br/autores/jorge-carrion


O livro de Jorge Carrión foi traduzido por Reginaldo Pujol Filho e Tadeu Breda. A edição é muito bem-cuidada, com design impactante, para dizer o mínimo. Mesmo para uma leitora exigente, adepta da teoria da taça de cristal de Beatrice Warde, a composição do texto não atrapalha. Talvez, apenas, o excesso de notas explicativas ou, na verdade, a fonte das notas - excessivamente encomrpadas - crie alguns ruídos. Porém, estas questões são pequenas, se comparadas ao apuro com que todo o livro foi projetado. Não se pode, afinal, agradar a gregos e troianos.
Poder-se-ia mesmo dizer que todo o livro é um manifesto. Desde o design, como eu disse, passando pelos paratextos, que são muitos e demarcam a atualidade e o caráter emergencial do debate que o título-tema levanta, até o próprio texto-provocação de Carrión. 
O autor, aliás, é muito ousado, um globe trotter que fez das Livrarias, tema de seu livro inaugural aqui no Brasil, o assunto, o objeto e o lugar de visitação a ser lembrado, narrado e discutido.
Durante a leitura, uma pergunta não quer calar: as livrarias têm futuro?
No Brasil temos assistido à crise e, talvez, à falência de duas grandes redes. Além disso, após quase um ano de paralisia desencadeada pela pandemia do coronavírus, tornou-se urgente refletir sobre os modelos de negócio dos livros, particularmente na sempre frágil relação editor-público que se estabelece através do comércio varejista.
E a questão se torna ainda mais espinhosa quando, na verdade, o acesso ao livro pode ser feito da tela de nossos celulares. Lemos e compramos livros desse pequeno aparelho portátil que, para muitos, tornou-se extensão do próprio corpo.
Para Carrión há sete razões e um manifesto para se voltar contra a Amazon. Vejamos"
1. Porque não quero se cúmplice da expropriação simbólica; 2. Porque somos todos ciborgues, mas não robôs; 3. Porque repudio a hipocrisia; 4. Porque não quero ser cúmplice do neoimpério; 5. Porque não quero que me espiem enquanto leio; 6. Porque defendo a lentidão acelerada, a relativa proximidade; 7. Porque não sou ingênuo.
Não vou explicar cada uma dessas sentenças, mas parece evidente que o que se discute não é o comércio virtual de livros, mas o que o império Amazon, cujos livros talvez sejam apenas um pretexto, uma etiqueta, ou um requinte, de uma empresa que está muito longe de comportar o humanista simbólico de que são portadores os livros.
Esse manifesto ganha peso, na edição, quando a ele se somam outras vozes, apresentadas sob a forma de “Apêndices”. Neste espaço foram reunidos os escritos-manifestos de Ursula Guin, Ricardo Lombardi, Adalberto Ribeiro, Felipe Roth Faya, Alex Januário, Marcelo Finateli, Nani Rios, Guarany Oliveira Marques, enfim, uma galera enorme dedicada a relatar, a partir de suas experiências, a humanidade dos livros.
Nesse sentido, a iniciativa da editora Elefante se apresenta como um símbolo de resistência ou, para citar o subtítulo do livro, uma resistência em nome da “humanidade do livro”.
Segundo Carrión, quando se defende as livrarias físicas, não se está simplesmente negando o progresso tecnológico em nome de um saudosismo vazio. Talvez, ele queira nos chamar a atenção para um aspecto importante e que o mergulho das pessoas nas novas tecnologias parece esquecer – ha espaço para todas as manifestações e formas de vida. Tradição e inovação são faces de um mesmo díptico e todos ganham com a diversidade.
Não podemos ser ingênuos e acreditar que, após a revolução tecnológica na qual estamos todos imersos, tudo será como antes. Não!
Mas as revoluções deixam acesas nossas marcas do passado, nosso dna. Não vamos simplesmente destruir tudo e negar todo o passado sob a ilusão da normalidade.
A relação entre passado e futuro, tradição e inovação se evidencia em várias passagens do livro.
Carrión visita Seul e nos brinda com muitas descrições de livrarias que visitou nessa metrópole que, até ontem, era uma grande cidade poluída e barulhenta de um pais emergente. Hoje é uma metrópole poluída e barulhenta de uma potência tecnológica. 90% da população está conectada e a cidade não dorme com seus grandes painéis eletrônicos sempre acesos.

A capital da Coreia do Seul ostenta a maior livraria de toda a Ásia. Starfield Library se tornou um ponto turístico de visita obrigatória, anunciado nos principais sites para viajantes de todos os gostos.

Por trás desse grande parque em que a cultura multissecular do impresso convive com a lógica do espetáculo, em que público e privado se misturam, há um outro tipo de vida inteligente.
As livrarias também sobrevivem nas ruelas, nas galerias, em locais onde é possível pagar aluguéis um pouco mais generosos e fugir da atração devoradora dos grandes magazines que vendem moda, tecnologia e cosméticos.
Uma terceira opção? Sim. Vejam só: os livros podem estar acomodados em edifícios inteligentes e sofisticados, sob os auspícios da Hyundai Card – são livrarias-bibliotecas temáticas conectadas com o futuro.
Moral da história: pequenas livrarias guardam a personalidade de seus proprietários e cativam leitores e escritores pouco afeitos ao mundo do espetáculo promovido pela arquitetura futurista e brilhante da metrópole insone. Todavia, elas só podem sobreviver nos desvão da cidade. É onde a cultura pulsa. E a literatura projeta a imagem da Coreia para o mundo.
Há várias outras agradáveis surpresas no itinério que nos propõe o autor. Isso porque as livrarias se convertem, sob o olhar de Carrión, nesse sopro de humanidade que ainda nos resta...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Os Evangelhos para um Mundo Laico

A nova tradução dos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, que acaba de ser publicada pela Ateliê Editorial em parceria com a editora Mnéma, vem contar a história dos evangelhos e dar provas de que fé e inteligência podem caminhar juntas. 



A nova edição dos Evangelhos foi publicada em versão bilíngue (grego e português). Trabalho primoroso e sofisticadíssimo na sua sobriedade e na forma responsável e criteriosa com que os textos do Evangelho são tratados. Atelier e Mnéma não são as primeiras editoras não religiosas que se dedicaram a publicar os textos sagrados. Na verdade, é preciso considerar a importância das palavras e dos ensinamentos de Cristo, registrados por esses quatro evangelistas, não apenas para a formação religiosa da humanidade, mas também como alimento espiritual e literário. 
Quem fala em cristofobia se esquece de que o mundo laico jamais ignorou suas raízes. Provam-no os estudos sobre os Evangelhos, realizados por paleógrafos, filólogos e exegetas, os quais se fortaleceram após as descobertas de novos manuscritos, em papiro e em pergaminho desde o final do século XVIII. Como lembra o tradutor, Marcelo Musa Cavallari, na excelente apresentação que faz ao volume:
O Evangelho é um texto sagrado. Em sua mais básica significação, “sagrado”, ou “santo”, é aquilo que foi “separado” do comum da vida. Aquilo em que não se toca, o lugar em que não se entra, aquilo que não se diz a não ser nas condições corretas, sob pena de sofrer sanções, outra palavra da mesma raiz etimológica e campo semântico de “santo” e “sagrado”.O texto sagrado é aquele que tem um status diferente de todos os outros: uma “fala” separada das demais. Por isso a tradução do Evangelho foi, por muito tempo, uma empreitada raríssima e de enorme impacto”. (p. 46)
Ao resgatar a história das traduções do Evangelho e da crítica textual que lhe permitiu identificar a versão grega sobre o qual ele se deteve, Marcelo Musa Cavallari se mostra muito convicto de suas razões e motivações. Em primeiro lugar, ele afirma ter traduzido o Evangelho a partir de uma relação muito pessoal com o texto. E porque ele quis “fazer soar aos ouvidos do leitor da língua portuguesa as mesmas ressonâncias e ecos de significado que o leitor de grego experimenta diante do texto original”. Finalmente, porque se lê pouco o Evangelho – dirá o tradutor – “lê-se pouco o Evangelho como literatura que se realiza no ato da leitura”. Porque como palavra humana, como literatura ela não é menos palavra de Deus. “É mais”.  
Livro imperdível!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Coloquio Internacional: "El comercio de librería en América Latina: inicios, expansiones, conexiones (siglos XVIII-XX)"

 Coloquio Internacional

El comercio de librería en América Latina: inicios, expansiones, conexiones (siglos XVIII-XX)
Instituto Caro y Cuervo, Bogotá, Colombia
21-23 de abril 2021

Convocatoria

Dentro de la reciente historiografía dedicada al libro y la cultura impresa en América Latina, los libreros y las librerías aparecen como protagonistas de segundo orden. Si bien su importancia como intermediarios de la cultura y lugares del saber no es negada en ningún caso, el estudio sistemático de sus experiencias, características y orientaciones ha ocupado un lugar menor dentro de la investigación especializada, un hecho que ha derivado en su poco relevamiento dentro de aquellas pesquisas que atienden, de forma más general, la vida política y sociocultural de las ciudades latinoamericanas. Excusada en muchos casos por la ausencia de fuentes de primera mano, la desatención dada a las librerías no solo limita nuestra comprensión del lugar del libro y la lectura en la vida cotidiana, sino que evita la realización de balances densos sobre la evolución de esta singular forma de comercio y su reacción frente al fenómeno de globalización contemporáneo y los cambios tecnológicos que parecen amenazar su futuro.

Con el objetivo de avanzar hacia una historia sociocultural de los libreros y las librerías en América Latina, este coloquio busca servir de espacio para la presentación y discusión de investigaciones que aborden la historia de estos agentes y lugares del libro para un periodo que va de mediados del siglo XIX, con su gradual despegue y diferenciación, hasta mediados del siglo XX, momento de cierto esplendor vinculado con el auge de la industria editorial en el continente, pero que no relega al periodo colonial como un momento de activa circulación y comercialización en clave librera. El evento se abre así a ponencias diversas y novedosas, que interroguen desde los momentos de multiplicación y especialización de las librerías, hasta asuntos como el papel de la movilidad transregional o transnacional en su fundación y desarrollo, pasando por los esquemas de negocio que implementaron, su papel en la circulación de ideas y saberes, la posición social de los libreros o sus relaciones con la política o el trabajo intelectual.

Sin excluir otras vías de aproximación al estudio histórico de librerías y libreros, el coloquio espera convocar ponencias situadas en una o varias de las siguientes líneas:

  • Librerías, poder y cultura letrada

  • La sociabilidad entre libros, especificidades y representaciones

  • Migraciones, exilios y movilidades en la historia de las librerías

  • Mercados, intermediarios y rutas de aprovisionamiento

  • La librería especializada: comienzos, tendencias, públicos

  • Catálogos, publicidad y visibilidad del comercio librero

  • La edición por los libreros: modalidades y estrategias

  • La geografía urbana de las librerías: locaciones y movimientos

    Fecha límite de recepción de propuestas: 15 de enero

    Normas para el envío de propuestas

    Los investigadores interesados en participar del Coloquio deberán enviar un resumen (300 palabras), indicando su afiliación institucional y una breve nota bio-bibliográfica (150 palabras). El correo de recepción es: coloquiolibrerias@gmail.com
    Las propuestas pueden ser enviadas en español, portugués, francés o inglés.

    Dada la continuidad de la situación de pandemia, el evento giró hacia una modalidad virtual (vía Zoom), por lo que previo a su desarrollo serán dispuestos para los ponentes y asistentes los enlaces de conexión pertinentes. La inscripción en el coloquio es gratuita, pero los participantes deberán registrarse en los formularios de inscripción que serán proporcionados por el Instituto Caro y Cuervo, de manera que puedan asegurarse las comunicaciones y el correcto envío de los enlaces.

    Coordinación

    Juan David Murillo Sandoval
    Profesor Investigador
    Instituto Caro y Cuervo
    Sede Casa de Cuervo: Calle 10 # 4-69, Bogotá, Colombia. Teléfono: +57(1) 342 2121

    Mayor información: juan.murillo@caroycuervo.gov.co