Mobilità dei Mestieri del Libro tra Quattrocento e Seicento. Convegno Internazionale. Roma, 14-16 Marzo 2012. A Cura di Marco Santoro e Samanta Segatori. Pisa ; Roma : Fabrizio Serra Editore, 2013, pp. 398, 15,5 x 25, broch. Biblioteca di « Paratesto », n.8.
Os trabalhadores das oficinas tipográficas dos tempos primevos se caracterizavam por seu caráter itinerante. Houve, certo, aqueles que deitaram raízes, fixaram seu nome no mundo do livro impresso e deixaram a seus herdeiros uma marca e uma tradição a ser seguida. Assim a empresa de Aldo Manuzio, em Veneza, de Plantin, na Antuérpia, de Elzevier, em Leiden e Bodoni, em Parma, para citar os exemplos mais notáveis.A mobilidade dos tipógrafos se inscrevia no seu processo de formação. O jovem de treze ou quatorze anos ingressava como aprendiz em uma tipografia sob o consentimento de seu pai. Tratava-se de um acordo formal, subscrito em cartório pelo pai e pelo mestre-impressor que o recebia. De dois a cinco anos de atividades regulares na oficina, sob uma jornada de trabalho longa – no mínimo quatorze horas! – e severa rigidez hierárquica separavam o então jovem aprendiz do futuro mestre-impressor. Obediência, fidelidade e trabalho duro eram suas principais divisas. Em troca, o mestre lhe fornecia o teto, a alimentação e as vestimentas necessárias.
No avançar do século XVIII, as queixas e as pequenas rebeliões colocaram à prova esse sistema de formação, demonstrando, na verdade, o esgarçamento das hierarquias mantidas nas sociedades do Antigo Regime europeu.
Ocorre que uma vez formado o jovem mestre, ou companheiro, para usar um jargão da época, lançava-se mundo afora, percorrendo cidades e vilas em busca de trabalho. Essa prática explica, em parte, a rápida difusão da ars impressoria por toda a Europa, logo no primeiro meio-século de existência.
Para além da expansão geográfica da tipografia por força das práticas itinerantes dos tipógrafos, também é possível imaginar que os contatos múltiplos de trabalhos de origens diversas e conhecimentos diferenciados provocava, aqui e acolá, transferências de toda sorte: de know how em termos de tipografia e suas relações com os materiais trabalhados, das ligas metálicas para a produção dos tipos às escolhas de papel; de concepções estéticas, as quais atingiam desde a mise-en-page, ou a composição, até aspectos relacionados à produção textual e paratextual; de técnicas de ilustração; do recurso às línguas vernaculares europeias e ao próprio desenvolvimentos de padrões de impressão das línguas cultas, particularmente, do latim e do grego (subtendendo-se o desenvolvimento de caracteres especiais para estes últimos)... para citar alguns exemplos possíveis.
Esses múltiplos aspectos da mobilidade e das transferências estão no cerne das discussões propostas nesta interessantíssima coletânea de estudos, sob a direção dos professores Marco Santoro e Segatori. As contribuições são o legado do “Convegno Internazionale. Roma, 14-16 Marzo 2012”, que reuniu pesquisadores de várias partes da Europa, desde a Espanha, França, Alemanha, até se concentrar em análises mais pontuais acerca da cartografia e das trocas observadas no mundo do livro da península itálica.
Nas palavras de Marco Santoro,
“Protagonisti ‘materiali’ e non raramente anche culturali della comunicazione scritta, gli artieri del libro, nel corso del período in parola, fungono da poderoso albero di transmissione dele idee, giacché, tramite il próprio lavoro, consentono che l’autentico rivoluzionario veicolo dela conoscenza e dela potenziale funzione democratizante dela stessa ..., e cioè il libro, assuma forma, sostanza e rilevanza”.Cumpre ressaltar, enfim, que para além do valioso conteúdo que a obra encerra, estamos diante de edição exemplar, tal o cuidado e a qualidade material do volume que se nos apresenta. Ao editor e organizadores, nossas felicitações!
Sommario:
Marco Santoro, Presentazione. Cronaca del Convegno, Roma, 14-16 marzo
2012, a cura di Marco Santoro. Marco Santoro, Saluto. Aula Magna,
Viale Regina Elena 295, 14 marzo 2012. Sessione antimeridiana: Cosimo
Palagiano, I flussi migratori in Italia tra il '400 e il '600; Concetta
Bianca, La mobilità dei letterati. Aula Magna, Viale Regina Elena 295,
14 marzo 2012. Sessione pomeridiana: Frédéric Barbier, Émigration et
transferts culturels dans la «librairie» aux époques moderne et contemporaine:
le cas de l'Allemagne et de la France; Stephan Füssel, Die Ausbreitung
des Buchdrucks in Deutschland und durch deutsche Drucker in Europa (ca.
1454-1470); Ursula Rautenberg, Verbreitender Buchhandel im deutschen
Sprachraum von circa 1480 bis zum Ende des 16. Jahrhunderts; Lotte
Hellinga, Printers move to England; Por Manuel-José Pedraza-Gracía, Aproximación
al estudio de la movilidad de los impresores en la Corona de Aragón peninsular
en los siglos XV y XVI; Fermín de los Reyes, La movilidad de los
impresores en Castilla en el siglo XV. Aula Magna, Viale Regina Elena 295,
15 marzo 2012. Sessione antimeridiana: Malcolm Walsby, Mobilità tipografica
in Francia durante le guerre di religione; Lodovica Braida, Una rete di
librai cosmopoliti: i briançonesi in Italia e il loro ruolo di editori;
Giuseppina Zappella, Flussi di mobilità degli artisti del libro napoletano
del Seicento; Maria Gioia Tavoni, Stampare in itinere: il torchio al
seguito. Aula Magna, Viale Regina Elena 295, 15 marzo 2012. Sessione
pomeridiana: Lorenzo Baldacchini, Cantastorie-editori nell'Italia del
Cinquecento; Edoardo Barbieri, Note sulla committenza editoriale
ecclesiastica nell'Italia del Quattro e Cinquecento; Giorgio Montecchi, Circolazione
libraria e mobilità dei primi tipografi in area medio padana; Arnaldo
Ganda, Stampatori e librai del Quattrocento, che si spostano da Venezia a
Milano e viceversa; Anna Giulia Cavagna, Mappa e tipologia delle
migrazioni di tipografi-editori. Riflessioni metodologiche: il caso di Pavia e
Genova nel XVI secolo. Biblioteca Alessandrina, Piazzale Aldo Moro, 16
marzo 2012. Sessione antimeridiana: Marco Santoro, La mobilità dei mestieri
del libro: caratteristiche e valenze; Rosa Marisa Borraccini, La
mobilità dei mestieri del libro nello Stato pontificio; Giuseppe Lipari, La
mobilità dei mestieri del libro in Sicilia; Giancarlo Volpato, La
mobilità dei mestieri del libro nell'area veneta tra Quattro e Seicento. Indice
dei nomi, a cura di Samanta Segatori.
Tks, Marisa!
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