... De Rubens Borba de Moraes
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Exemplar com anotações do Autor. Fotografia de Cinzia Araújo (Edusp) |
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Fotografia de Cinzia Araújo (Edusp) |
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Fotografia de Cinzia Araújo (Edusp) |
São mais de 10.000
títulos inventariados e 300 ilustrações de folhas de rosto de obras raras que
enriquecem os volumes. Sobre os critérios de seleção dos títulos, adverte o
bibliófilo em prefácio à segunda edição:
Mantive, no entanto, o mesmo objetivo: descrever e comentar livros raros que enfocassem vários aspectos do Brasil, antes, ou imediatamente após a Independência, em 1822. Incorporei os verbetes de minha Bibliografia Brasileira do Período Colonial (São Paulo, Instituto de Estudos Brasileiros, 1969) e encurtei os comentários. Nesta edição revista, os verbetes relativos aos livros dos séculos XVI, XVII e XVIII tiveram maior destaque do que aqueles das obras publicadas no século XIX, época em que a produção foi intensificada. Uma vez que os livros se tornaram mais acessíveis, as publicações desse último período deixaram de encaixar-se numa bibliografia sobre livros raros.
Note-se que para além do caráter elucidativo da produção impressa
sobre o Brasil, a obra diz muito sobre a produção ulterior de Rubens Borba de Moraes,
como bibliófilo, certo, mas, também, no campo da história do livro e da biblioteconomia.
O gosto pela pesquisa que não raro aproxima a figura do
bibliófilo à do historiador, tendência que se acentua dado o caráter ensaístico
de seus escritos, bem ao sabor de sua geração,
confirma-se em Livros e Bibliotecas no
Brasil Colonial. A epígrafe assinada por Lucien Fevbre – “L’historien n’est
pas celui qui sait. Il est celui qui cherche” (“O historiador não é aquele que
sabe. Ele é aquele que pesquisa.”) – não deixa dúvidas sobre o novo sentido que
se lhe conferem as andanças pelas bibliotecas e leilões do mundo: à coleção e
ao inventário, somam-se as reflexões sobre a natureza do livro e seus múltiplos significados para a formação da
cultura brasileira. Dir-se-ia, à luz do historiador francês, trata-se de tomar
o livro como um fermento das sociedades. Mais: o livro a serviço da História.
Uma vez mais, talvez de forma inconsciente, o espírito de
vanguarda aflora na pena do autor, ao se aperceber da invasão que o campo da
bibliografia operava na disciplina histórica. Em uma época em que a História do
Livro se afirma com vocação multidisciplinar, ou transdisciplinar,
Rubens Borba de Moraes não teria nada a justificar aos leitores sobre esta
possível transgressão. Donde o valor de suas reflexões e, uma vez mais, do
livro que acaba de ser editado pela Edusp em parceria com a Fapesp.
Versão completa do artigo em Livro n.1 - Revista do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (NELE)
www.ateliereditorial.com.br
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